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sábado, dezembro 13, 2008

“Maridos – pombos” ~ José Carlos Leggiero Escritor

“Maridos – pombos”

www.ligieri.blogspot.com.br

Numa loja de conveniência duas amigas, Marta e Renata, que não se viam há muito tempo, encontram-se na porta do estabelecimento:
- Oi, Marta! Há quanto tempo não nos vemos. Como vão as coisas?
- Olá, vou bem Renata e você?
- ah.... Mais ou menos, sabe como é né, a gente sempre tem problemas com
os filhos e o marido. Aliás, você soube o que houve com a Marisa que casou
com Flávio da dona Virginia?
- Não, o que? Perguntou Renata, sem muito interesse, pois sabia que a Marta adorava uma fofoca, principalmente sobre a desgraça alheia. Além
disso, não estava gostando do rumo que a conversa tomava.
- Menina.... Nem te conto! A Marisa pegou o Flávio com outra no motel
e foi um auê danado. Ele nem voltou para casa e agora ela está lutando na
justiça pra ficar com tudo e mais a pensão. Bem feito pra ele.
- É Renata, a vida tem dessas coisas. Só acho que cada pessoa tem uma
maneira de lidar com as adversidades da vida. Eu se estivesse no lugar dela,
deixaria as coisas se acalmarem e tentaria encontrar uma maneira de trazê-lo
de volta ao lar para junto dos filhos.
- O que?! Você está louca, aceitá-lo de volta depois do que fez?! Exclamou espantada Renata.
- Bom.... Na verdade, ele não fez nada mais do que seguir o instinto natural
que faz parte da natureza humana. Dentro do reino animal, podemos dizer que
o homem pode ser comparado a vários tipos de macho que só quer espalhar seu
sêmem por toda parte,apenas para garantir sua reprodução. Na verdade, eles
(os homens) são seres visuais e agem nos relacionamentos de acordo com o que
vêem, ou seja, diferentemente de nós mulheres, em sua grande maioria seres sentimentais. Nós as mulheres, somos maternalista em nossos sentimentos e até
tendemos a agir com nossos maridos tal qual agimos com nossos filhos, ao invés
de triná-los como maridos-pombos.
-Maridos-pombos? Ué, o que tem a ver?
- Veja bem Renata, maridos são como pombos correios, se o treinador
for bom, eles sempre voltam para casa não importando para onde foram
levados. Nós (as mulheres) nascemos com a habilidade nata de treinadoras,
poder de persuasão e instinto feminino que juntas, pode e deve serem usadas
por cada uma para manterem seus maridos dentro de casa. Se o treinamento
é ruim, a tendência do treinando é, naturalmente, escapar e buscar abrigo em
outro lugar longe do habitat natural. Faz parte do relacionamento, a mulher
mostrar-se ao homem da forma que ele gosta de vê-la, ou seja agradá-lo de
forma visual, independentemente de seu dia com as tarefas diárias e com os
filhos terem sidos muito difíceis. Como eu disse antes, o homem no que se
refere à relacionamentos amorosos, é um ser visual e se mantêm fiel apenas
naquilo que vê e gosta, independente de sentimentos mais profundos. Aliás,
é bom que se frise que fazem apenas cinco mil anos que o homem descobriu
que tinha participação na procriação dos filhos e antes disso, o seres humanos
viviam em comunidades, onde homens e mulheres trocavam de parceiros sem
a menor cerimônia. Por essa época, o homem descobriu que poderia possuir se
quisesse propriedades privada e amealhar fortuna e sendo assim, criou-se então
a necessidade de passá-las a seus herdeiros legítimos (filhos) nascendo dessa
forma ao menos dentro de círculos mais abastados a monogamia. Antes disso,
os filhos eram de todos e todos cuidavam dos filhos uns dos outros como se
fossem seus. Mais tarde, a religião surgiu para instituir o matrimônio atrelado
ao comportamento monogâmico como única forma de conduta cultural aceita
por povos dito civilizados, tentando assim erradicar a poligamia e punir os
infiéis com severas penas que em algumas civilizações chegavam à morte e a
danação eterna. Além de tudo isso, nós mulheres, somos seres geratrizes que
trazem ao mundo bebes (homens e mulheres) que necessitam da figura paterna
durante o crescimento. Quanto ao termo traição, é muito forte para ser usado
num relacionamento monógamo, onde cada um cuida da propia vida e nunca
dividem seus problemas, suas dúvidas e necessidades mais prementes.
- Mas.... Mas......
- Desculpe-me Renata, já é muito tarde e além de algumas coisas por fazer
tenho que preparar o jantar, pois meu marido, como muitos, gosta de chegar
em casa cedo, jantar e dividir comigo o sofá da sala assistindo tv. Um outro dia,
com mais tempo a gente volta ao assunto, OK ?
- “Uau! Da forma como ela colocou as coisas, uma mulher quando quer
e usando suas habilidades naturais consegue treinar um homem de tal forma
que ele só terá olhos para ela.” Pensou Marta.
Marta ficou olhando Renata que desaparecia através da porta da loja em
direção de seus afazeres. Não havia como era seu habito, retrucado a idéia
de sua amiga, pois havia ficado perplexa com a explanação da amiga por quem
nutria grande admiração e considerava muito inteligente.
Apesar de não concordar plenamente com Renata, algo o incomodava,
mas...o que seria? Talvez estivesse com inveja da amiga que estava casada a
quinze anos com seu marido e eram muito ligados e felizes, enquanto ela já
estava no terceiro relacionamento e mesmo esse estava com os dia contados.
- “Bem, não há nada que se possa fazer a respeito -pensou- pois em nossa sociedade cultural não há espaço para poligamia e o casamento tem o sentido
de posse, ou seja, é como se os dois se tornassem sócios em um empreendimento”. Viajou Marta em seus pensamentos. Mas tudo se dissipou quando Marta viu o preço absurdo nas etiquetas dos produtos que queria comprar. Afinal, com ou sem
marido, a vida tem que continuar pois a mulher moderna é independente e sabe decidir aquilo que é melhor para sua vida pessoal.
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